Infelizmente hoje está na moda criticar a Igreja. Mas, afinal o que está acontecendo? Existe uma expectativa errada a respeito do que as pessoas esperam da Igreja? O que deve se esperar de uma Igreja? A Igreja além de deixar claro o seu propósito está sendo coerente com as ações práticas?
Pensando em Igreja, podemos citar vários objetivos, tais como: enviar missões, organizar programações, construir sedes, cuidar da educação espiritual, criar departamentos, etc. O problema é quando a Igreja percebe tudo isso como objetivo e não como um canal, um meio. A Igreja existe para glorificar a Deus, evangelizar e discipular homens para Cristo na vida prática. E, se isso não acontece, a sede, a liderança, as missões, as pregações, a própria Bíblia não passam de uma perda de tempo.
Às vezes me vejo meditando sobre a vida Cristã e lembro-me de um livro que li chamado "Em seus passos o que faria Jesus?". Foi o primeiro livro cristão que li e que me fez perceber que a vida Cristã não era apenas uma questão de conhecimento sobre Deus. O livro nos leva a refletir sobre nossas ações como Cristãos e o que Jesus faria em nosso lugar diante de decisões e escolhas que temos que tomar em nossas vidas dentro e, principalmente, fora da Igreja.
O Cristianismo perde o sentido se for vivido apenas na Igreja. Mas isso todos já sabem não é? Sim, é verdade, sabemos. Porém, um propósito declarado é apenas uma declaração, ele só passa a ter credibilidade se observado na prática. As Igrejas estão criando e estimulando ambientes e práticas que incentivem uma vida verdadeiramente Cristã? Vejamos algumas algumas reflexões abaixo:
"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes." Marcos 12:30,31.
O que a declaração acima fala para a nossa vida prática? Como estamos amando a Deus em nossas ações no cotidiano? E amar ao próximo? Será se em nossa agenda nos importarmos com a pavorosa condição de homens, mulheres e crianças que estão morrendo, espiritual e fisicamente, necessitado de ajuda de cristãos? Será se nos importamos com milhares de pessoas que estão envolvidas em álcool e drogas, que morrem aos milhares todos os dias? O que estamos fazendo a respeito? Lendo, lendo e lendo a Bíblia, livros cristãos, tornando-se ovelhas gordas e mais gordas de teologia e sem nenhuma atitude prática? Isso é amar o próximo?
Conhecemos pessoas diariamente em dificuldades, sem emprego, sem trabalho, sem comida, com problemas de toda ordem, apelando muitas vezes para o suicídio quando veem que não estão conseguindo atingir seus objetivos. O que fazemos? Como Cristãos, podemos afirmar que não temos nada a ver com isso? Cada um deve cuidar de si? Não, não creio e nem aceito que deve ser assim. Não foi isso que Jesus ensinou. O que Jesus faria? Será se ele diria "Estou orando por você" e seguiria seu caminho tranquilo e confortavelmente?
Atualmente temos um número enorme de Igrejas e de Cristãos nominais. Mas é preciso uma reflexão profunda do que é ser Cristão. Penso que de uma forma não intencional muitas Igrejas estão fomentando um Cristianismo morno, um Cristianismo com muita ortodoxia e pouca ortopraxia, ou seja, muita teoria e pouca prática. Uma forma de discipulado centrado no crescimento pessoal e individual, formando ovelhas gordas, cheias de conhecimento, verdadeiros doutores da lei. Mas com pouco resultado prático. Quantos novos Cristãos foram discipulados por estas ovelhas? Poucos ou nenhum. Tem algo de errado! A ordem foi formai discípulos. Este modelo está produzindo um discipulado que o próprio Jesus Cristo não reconheceria como genuíno.
Se nossa definição de cristianismo se reduz a desfrutar os privilégios da adoração na Igreja, sermos generosos com os dízimos e ofertas, vivermos no conforto de nossos lares e buscar mais e mais conhecimento, então estaremos longe de seguirmos os passos de Jesus.
Viver o Cristianismo é simples, mas não é fácil. Temos que ter cuidado para não vivermos anos e anos numa vida Cristã fácil e nominal, sentados no banco de uma igreja, com a Bíblia debaixo do braço (ou no celular), elevando nossas vozes em cânticos de adoração e nos reduzindo a nós mesmos. Não acredito que é isso que Cristo quer para seus filhos.
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