terça-feira, 3 de maio de 2016

Omissão e os seus efeitos na igreja


Existe uma armadilha que pastores e líderes devem tomar cuidado para não cair. É a armadilha de tentar manter a unidade e a paz numa igreja cultivando a omissão.

Uma vez conversando com uma moça sobre a disciplina na igreja, ela disse: "Não vejo sentido em igrejas disciplinarem as pessoas. Afinal, cada um vai prestar contas a Deus!" De fato, tem uma parte que ela tem razão, todos prestarão contas a Deus. E ela acrescentou: "Na minha igreja não tem essa história de disciplina."

Infelizmente, o que existe hoje em muitas igrejas é uma quantidade grande de joio no meio do trigo. Mas o que de fato chama a atenção não é a quantidade, mas o longo tempo que tais pessoas vivem e convivem no meio da igreja sem nunca serem confrontadas ou disciplinadas. 

É importante ressaltar que toda a igreja tem responsabilidade, pois todos os crentes que percebem esta situação não devem ficar omissos (Levítico 5.1). Porém, em maior parte, os líderes nessas igrejas pagarão um preço muito alto quando comparecerem diante daquele que ama as ovelhas, porque não tiveram coragem suficiente para se levantarem e confrontarem.

Muitas vezes a vaidade (sempre a vaidade) insiste em tomar um lugar significativo em nossos corações. Principalmente líderes, que em razão de uma reputação de não ter em seu histórico problemas em seus departamentos e/ou igrejas, preferem omitir-se do que enfrentar. Não obstante, aqueles que não fazem parte da liderança, também ficam amofinados, sentados, no meio de todo o teatro, dissimulação e mundanismo, com a justificativa: "Estou aqui apenas para adorar a Deus e ouvir a mensagem bíblica!" Esse pragmatismo não deveria ter espaço em nossas mentes! É um absurdo!

Desta forma, muitas igrejas ao longo do tempo ao invés de crescerem em Graça e Conhecimento do Senhor Jesus, transformam-se em verdadeiros oásis de hipócritas que se reúnem semanalmente para cumprirem meros rituais e celebrarem suas vaidosas reputações. Alimentando-se do discurso: "Há mais de 10 anos que na minha igreja eu não tenho problemas com os membros!" Talvez este seja um sinal que existe um grande problema. Omissão!

Penso que temos uma grande ferramenta nas mãos, mas pouco utilizada. Estou falando do discipulado pessoal. Hoje é muito comum nas igrejas membros que não tem ligação nenhuma uns com os outros. Aliás, tem pessoas que até se vangloriam que não sabem da vida de ninguém, que nunca visitaram a casa de ninguém, pois não querem criar laços de intimidade. Outro absurdo! Afinal, deveríamos ser partes de um só corpo. Compartilharmos as cargas. Não é isso? Mas como vou compartilhar cargas, se ninguém se envolve? Ou melhor, se ninguém se compromete com a vida do outro? Mas isso dá trabalho. É verdade! É preciso desenvolver um hábito. Talvez estruturar um programa de discipulado em pares seja um começo.

O pastor Martin Luther King disse o seguinte: "O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons."

Que Deus abençoe as nossas igrejas e nos dê sabedoria e coragem para não sermos omissos!

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