quarta-feira, 19 de outubro de 2016

3 comportamentos que podem destruir a sua vida


Você sente que tem algo de errado?

O que eu estou fazendo com minha vida?

Você já passou ou passa por aqueles momentos difíceis, duros, que sabe o que está acontecendo, mas prefere não pensar a respeito para não ficar angustiado?

Você já parou pra pensar?

Você sabe o que precisa ser feito e não faz. Você é do tipo "depois eu faço"? 

Tudo faz sentido para você.

Você vive dizendo pra quem lhe aconselha: mentores, guardiões, pastores, pais, irmãos, dentre outros, as seguintes frases: "O que você está dizendo faz sentido", "Acho que estou no caminho errado" ou "Eu preciso mudar"

Mas você não faz nada!

Você quer um resultado diferente, uma vida diferente, uma vida melhor e continua agindo da mesma forma? Você colhe o que planta. Nâo tem como colher o que você não plantou! 

Essa introdução chamou sua atenção? Você conseguiu se identificar nessa situação?

Então vamos lá!

Vou compartilhar com você 3 comportamentos que vão destruir a sua vida e o que você deve fazer para eliminá-los:

1. DESCULPAS


Observo que as pessoas mais infelizes tem muitas desculpas para a sua realidade. Elas preferem não encarar a vida de frente e assumir suas responsabilidades. Mas, se agarram numa desculpa atrás da outra. Tornam-se viciadas em dar desculpas e nem percebem. Aliás, se torna tão comum que adquirem o hábito e passam a defendê-lo como um viciado que não consegue mais viver sem a sua droga. 

As desculpas não só impedem a sua felicidade, mas também tornam você impotente para enxergar uma forma de corrigir os erros e seguir no caminho da melhoria. Ora! Quando erramos, e erramos, é melhor assumir a responsabilidade de nossos erros e ter ajuda para corrigir o que precisa. Do que perder a oportunidade de melhorar e retomar o caminho dos acertos.

Esconder-se atrás de desculpas é, sem dúvida, a forma mais eficaz e rápida de continuar obtendo os mesmos resultados. E, num tempo talvez mais breve do que você imagina, todos os seus sonhos de melhoria irão para o ralo. 

Portanto, se você anda no caminho das desculpas, pare agora! Quanto mais você avançar neste terreno, mais você afundará! 


2. OMISSÃO



“Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não. E ele lhes disse: Lançai a rede para a banda direita do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes.” (João 21.5-6)

Em nossa jornada muitas vezes temos muitas oportunidades de fazer o que precisa ser feito. Mas, diferentemente do texto acima, nos omitimos de fazer. Se tem uma coisa que Deus não pode fazer por você é a sua parte. Não se trata de falta de poder, mas de justiça.

Você já parou pra pensar?

Quem são os seus mentores/amigos de hoje? Quem lhe orienta o que fazer e onde? O convite que eles estão fazendo vão te levar ao resultado que você espera? Ou vão torná-lo cada vez mais escravo da vida que você diz não querer ter?

Você aceita com tranquilidade o que faz de errado? Você acha que não fazer nada e esperar que algo de bom aconteça é o caminho?

Meu pai e mentor me falava uma frase que nunca esqueci: "Quem ri numa esquina, chora na outra." Ele falava esta frase no contexto de quem acha que vale a pena curtir a vida sem responsabilidade, pensar apenas no curto prazo ou buscar resultados por meios ilícitos. Pessoas assim, preferem a omissão do que enfrentar, lutar, persistir e com determinação, agir com o propósito certo.

No caso de você ter mentores de qualidade, você está fazendo a sua parte ou está se omitindo? Se a resposta é que está se omitindo, então não culpe os outros por seus resultados, a responsabilidade é toda sua!

Talvez as oportunidades que você diz que não tem estão batendo à sua porta todos os dias, através de pessoas que lhe orientam sobre "o quê",  "quando" e "onde" você deve lançar sua rede. Porém, você insiste em ignorá-las. Ou pior, você até dá atenção, mas apenas para cumprir tabela.

Portanto, se você anda no caminho da omissão, pare agora! Quanto mais você avançar neste terreno, mais você afundará!

3. INCOERÊNCIA

"Faça o que digo, mas não faça o que faço"

A frase acima representa muito bem o que ocorre na vida de muitas pessoas. Aliás, mais uma vez vou lembrar de Jesus. Ele conseguiu dar o exemplo de que a lei não era apenas para ser conhecida, lida e pregada nas cinagogas, era para ser vivida. Caso contrário, seria incoerente e pura hipocrisia.

Muitos ainda hoje vivem numa completa incoerência de vida, uma distância enorme entre o que dizem e o que fazem.

Pense bem?

Você é capaz de dar uma aula sobre muitos temas relevantes para melhorar a vida de alguém? Então você busca viver e tem os princípios e valores desses temas como alicerce e guias em sua vida prática, certo?

Se a resposta for NÃO. Então você é uma pessoa incoerente. E mais, você pode até não querer acreditar ou aceitar. Mas, eu vou lhe dizer com a mais absoluta certeza: as pessoas percebem a sua incoerência, pois você pode até enganar as pessoas por algum tempo, mas é impossível enganar as pessoas por muito tempo. O resultado disso? Você está a cada dia se tornando uma pessoa não confiável, atraindo para si pessoas não confiáveis e se afastando cada vez mais de pessoas confiáveis.

É isso que você quer pra você? Lembre-se, a confiança é a base de qualquer relacionamento.

Portanto, se você anda no caminho da incoerência, pare agora! Quanto mais você avançar neste terreno, mais você afundará!

Bem, estou chegando ao final! Mas, veja que curioso ...



Ao terminar o texto percebi que as iniciais dos 3 comportamentos formaram a palavra "DÓI". E é isso mesmo o que acontece com quem vive desta forma.

Mas, pense comigo! Normalmente quando estamos com alguma dor no corpo é um sinal que tem algo de errado. É necessário diagnosticar o que está causando a dor e tratar o problema na sua raiz, antes que ele tome uma proporção muito maior. É uma forma do corpo G R I T A R pra você, pedindo que você tome uma ação eficaz e não apenas um analgésico, um paliativo que vai tratar apenas o sintoma. 

Portanto, o meu propósito é alertá-lo através do compartilhar de pensamentos e questionamentos que podem levá-lo a pensar, a refletir, a agir e mudar para melhor. 

Mas, eu não tenho o poder de mudar VOCÊ! 

Aliás, se você não quiser, nada poderá ser feito!

Não é uma questão de tempo, idade ou maturidade, como muitos pensam. É uma questão que envolve o desejo de mudar e a ação voluntária de mudar. Eu disse AÇÃO!

Então, o que está esperando para fazer o que precisa ser feito?

Você tem agora apenas duas decisões: Continuar fazendo as mesmas coisas, colher os frutos amargos das suas escolhas e ter resultados cada vez mais distantes do que é melhor para você e para o seu próximo …

Ou decidir mudar, plantar novas sementes e colher os melhores frutos da sua vida.

Agora é com você!

Se as reflexões do artigo acima ajudaram você, por favor, compartilhe-o com seus amigos. Desse modo, você ajudará também outras pessoas.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

"Muito obrigado" ou "A responsabilidade é toda sua" ?



Resolvi compartilhar um texto extraído do livro Geração de Valor 2 de Flávio Augusto da Silva para meditarmos um pouco sobre como estamos construindo o nosso presente e como o que estamos fazendo hoje impactará o nosso fututo.

Faça uma visita ao você do futuro. Se você não entende a importância do tempo de plantar, nunca vai desfrutar do tempo de colher.

Quando começava a dar os primeiros passos profissionais, pensei em desistir algumas vezes. Ainda bem que não fiz isso. Hoje, se eu pudesse entrar numa máquina do tempo e estar a frente a frente com o Flávio Augusto 24 anos mais jovem, eu lhe diria olhando bem dentro de seus olhos:

"Olá, antes que me esqueça: hoje o Benjamin, meu filho mais novo, de 4 anos, ou melhor, seu filho também... Bem, deixa pra lá...Continuando, o Benjamin me entregou este presente que ele fez na escola. Em seguida me deu um abraço e disse que me amava. Vou deixar isso para você, para que todas as vezes que passar por um momento de dificuldade e pensar em desistir, você lembre que a sua vitória também será desfrutada por ele.

"Só mais uma coisa: muito obrigado. Prossiga em sua luta. Garanto que seu esforço vai valer a pena. Pode confiar em mim."

E você? Se você pudesse voltar no tempo, o que diria a si mesmo? "Muito obrigado" ou "A responsabilidade é toda sua"?

Bem, sobre o que passou você não pode fazer mais nada. Mas e se recebesse do futuro a visita de sua versão com vinte anos a mais? O que ela diria para você? "Muito obrigado" ou "A responsabilidade é toda sua"?

Pense nisso.

Flávio Augusto

O texto acima de Flávio Augusto nos remete a algumas reflexões: sobre o tempo, as dificuldades da vida, pensar em desistir, a vitória que nos espera e a nossa responsabilidade. Infelizmente vivemos numa sociedade da cultura do imediatismo. Muitos até plantam, mas esperam colher a curto, eu diria a curtissímo prazo e desistem por terem mentes que não compreendem que tudo tem seu tempo.

Na verdade, ficam mais preocupados e ansiosos com o resultado e deixam de fazer o que precisa ser feito para que o resultado aconteça. Aliás, um grande erro é focar no resultado. Claro que precisamos saber que resultado pretendemos alcançar. Mas, o foco deve ser em nossa preparação, em nossas ações dia a dia, em nosso trabalho. Pois, se estivermos no caminho certo, independente das circustâncias, das adversidades, o resultado virá.

Não devemos ter medo de errar, e erraremos, pode ter certeza disso! O importante é que assumamos a responsabilidade e aprendamos com os nossos erros. Mas, se estivermos no caminho certo, as lições aprendidas, as mudanças, as ações corretivas e de melhoria nos levarão ao resultado esperado.

O meu alicerce é Deus! Será?



Estava conversando com uma amiga sobre uma palestra e ela fez o seguinte comentário: "Eu acho tudo que falaram muito importante, mas se não tiver Deus como alicerce nada funciona."

A pergunta que faço hoje é: O que é ter Deus como alicerce?

Ter Deus como alicerce não é crê em Deus, pois, segundo a bíblia, em Tiago 2:19 se lê: “Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem.” O que Tiago está dizendo é que a fé não é somente saber da existência  Deus.

Ter Deus como alicerce não é fazer uma oração todos os dias pela manhã como parte da sua rotina diária.

Ter Deus como alicerce não é fazer uma leitura diária da bíblia para cumprir seu plano de ler a bíblia em um ano e prestar contas com alguém que está lhe acompanhando se você fez ou não a leitura.

Ter Deus como alicerce não é comparecer a todas as programações da igreja.

Mas, afinal, se ter Deus como alicerce não é nada disso que foi mencionado acima, o que é? Antes de falar o que é ter Deus como alicerce, vamos voltar ao comentário e analisar melhor o que foi dito. Primeiro, a afirmação "se Deus não tiver como alicerce nada funciona" está errada. Pois, o contrário não é verdade "se tivermos Deus como alicerce tudo funciona."

É comum ouvir cristãos compartilhando suas "bençãos" quando o que eles esperavam em suas vidas se confirmou, ou seja, quando "tudo funcionou" conforme eles queriam. Mas, infelizmente, é raro ouvir Cristãos compartilhando momentos (pois não chamam de benção) em que não tiveram o que esperavam. Ora, a bíblia diz que devemos ser gratos em tudo, então só temos bençãos se tudo funcionar como esperamos que funcione? Ou, se tivermos Deus como alicerce (sem ao menos saber o que significa isso), quer dizer que tudo vai funcionar? Não, isso não é verdade! 

Ter Deus como alicerce é buscar viver com base nos valores e princípios que ele nos deixou. Mas deixou onde? Na bíblia. Então tudo o que foi dito acima está valendo? Sim e Não. Sim, se você está fazendo com o propósito certo e não se você está fazendo apenas para cumprir um ritual, um check list, para "ficar bem na foto" com outras pessoas, para não magoar alguém, para não gerar conflitos, etc. Veja que o propósito faz toda a diferença!

Ter Deus como alicerce é em todas as situações da vida, em qualquer momento ou lugar você usar como parâmetros de pensamentos, sentimentos, comportamentos, decisões, ações e escolhas os valores e princípios bíblicos que de fato darão sentido real a esta frase "Eu tenho Deus como alicerce".

Bem, se você tem interesse em ter uma vida alicercada em Deus, o caminho é:

  • Leia a bíblia como quem realmente tem interesse em aprender o que Deus tem a ensinar através da sua palavra;
  • Ore agradecendo pelo que tem e pedindo com sabedoria à Aquele que pode nos dar muito mais do que pensamos ou imaginamos;
  • Aplique o que tem aprendido, não importa se pouco ou muito, no seu dia a dia, no seu ambiente de trabalho, escola, faculdade e família. Fé sem obras não tem sentido!
  • Faça parte de uma igreja onde seus líderes tenham mais que uma "declaração de fé", mas busquem uma "vida de fé" alicercada em Deus;
  • Participe das programações da sua igreja não para cumprir tabela, mas para crescer juntamente com outros e aprender com o propósito de viver e compartilhar de uma vida Cristã cada vez melhor, diante de Deus e dos homens
  • Brilhe, seja luz! A bíblia diz que "Brilhem como o sol nascente aqueles que amam a Deus."

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

O que é preciso para ser líder?


Independente da sua área de atuação ou que contexto esteja, exercer o papel de liderança requer algumas atitudes importantes e essenciais para ser um verdadeiro líder. 

Durante muitos anos trabalhei como gerente de projetos em grandes empresas do mercado, algumas listadas entre as maiores empresas do país e do mundo em seus segmentos e, ao observar o que acontecia ao meu redor, tive a oportunidade de aprender e decidir qual tipo de líder gostaria de ser, e quais eu não queria ser. Dentre aqueles que eu certamente não queria ser estavam os que se preocupavam apenas com suas vidas, sem se preocupar com a vida dos outros. 

Lembro-me de alguns que se acomodavam em suas salas, deixavam suas portas abertas para justificar o discurso "Estou sempre com as portas abertas", mas quando procurávamos para tratar algum assunto e ajudar a resolver algum problema da empresa, a resposta era um sonoro "Estou ocupado". E, na verdade, a sua ocupação era terminar os seus trabalhos pessoais, pois pouco importavam-se com as metas e objetivos da empresa. 

A atitude acima além de não agregar valor para a instituição cria uma visão de "nós-contra-eles" e gera desmotivação na equipe. Ocorre um efeito sistêmico, ou seja, pessoas que são desprezadas por seus superiores não se preocupam com eles e, por extensão, também com a empresa e tão pouco com seus clientes. Em consequência disso, não se sentem parte do projeto ou missão e não dão o seu melhor.

Então o que fazem? Esforçam-se somente o suficiente para garantir seus nomes na folha. Embora este comportamento seja o padrão, não quer dizer que deva ser seguido, pois mesmo tendo superiores assim, podemos fazer escolhas diferentes e não escolher um comportamento medíocre, por conta de um gestor ou líder egocêntrico. 

Assim, cada vez mais este tipo de liderança cria torres invisíveis que os separa das suas equipes. Este tipo de atitude é evidente. É só observar o comportamento e as decisões. Por exemplo: quem já não trabalhou em uma empresa onde tem um refeitório somente para os executivos? Banheiros particulares e vagas privativas? Mas, afinal, um executivo não paga o preço para estar em seu lugar? Ele não tem direitos? Quem deve estacionar nas melhores vagas? Na minha opinião: quem chega primeiro ao trabalho, simples assim!

É uma pena que não seja assim. Na verdade, não sou contra que os líderes não devam ser compensados de acordo com sua contribuição. Além do que, sabemos que para reter grandes talentos é necessário um pacote de benefícios. O que não acho justo é que líderes, por melhor que sejam, devam ser colocados em um pedestal.  

Não pensem que esta realidade ocorre somente em organizações empresariais. É também comum em igrejas. Quem já não ouviu as frases sendo referidas a líderes: "Separei o melhor quarto para ele" ou "Separei o melhor prato". Como também líderes com as frases: "Agora tenho que ter um estacionamento privativo" ou "Sou seu líder, por isso você tem que me obedecer". Esta última considero a pior de todas, pois é o que chamo de "autoridade impositiva" (tratarei este tema com exclusividade em outro post).

Jesus nos ensinou uma mensagem muito clara: a que estamos aqui para servimos uns aos outros. Se o maior líder de todos os tempos servia humildemente os seus discípulos, por qual razão nós não devemos seguir o exemplo dele?

Hoje em dia muitos líderes ostentam seus títulos, suas certificações e acham que é isso que os faz líderes. Mas poucos, eu diria pouquíssimos, sabem realmente o que é liderar. É preciso ter em mente que conseguir fazer as pessoas atenderem seus objetivos e ordens não é liderar. Jesus não fez seguidores cegos e fanáticos.

Diferentemente, Ele fez questão de compartilhar sua visão, sua missão, seu propósito, para que todos aqueles que o seguissem tivessem clareza do motivo e como seria a jornada enquanto seus discípulos. Mas, além disso, um grande exemplo de liderança de Jesus foi de mostrar com sua própria vida, suas ações, atitudes e comportamento o que deveria ser feito. Ele deu o exemplo, Ele demonstrou o poder da ação com o propósito certo!

"Jesus, porém, os chamou e lhes disse: Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade. Não seja assim entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós, se faça vosso servo. E o que quiser tornar-se entre vós o primeiro, se faça vosso escravo. Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão." Mateus 20:25-28

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

O que Deus quer de mim?


Por Ana Vitória

"Aproximou-se dele um jovem e lhe disse: Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna? Jesus respondeu: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e farás um tesouro no céu, depois vêm e segue-me. Mas, ouvindo essas palavras, o jovem retirou-se triste, porque possuía muitos bens." Mateus 19.16-21-22

Diferente do que muitos podem pensar esta passagem não quer destacar o dinheiro ou bens materiais. Por que vocês acham que o jovem saiu triste? Porque ele não quis abrir mão das suas riquezas por Jesus. Assim como muitas vezes nós também não abrimos mão de atitudes, hábitos e desejos que desagradam a Deus, e ainda assim esperamos ter uma relação verdadeira com ele.

Para termos comunhão com Deus, ou seja, ter um relacionamento real com Ele, nós devemos estar dispostos a abrir mão.

Não podemos ter uma relação com Deus se não abrimos mão do nosso velho "eu". Deus não espera que sejamos perfeitos. Ele nos conhece por inteiro. Ele só quer que nós sejamos humildes para busca-lo  de forma sincera. Quando buscamos de todo o coração, Ele não nos desampara.

Deus é como um dentista. Geralmente, quando somos crianças não gostamos muito de ir ao médico. Por exemplo, quando sentimos uma dor grande no dente só falamos para nossa mãe muito tempo depois, quando já não dá mais para aguentar. Por quê? Porque sabemos que se formos ao dentista ele pode encontrar outros dentes que precisam de cuidados, vai fazer obturações, aplicar injeções e, talvez até ter que extrair algum dente. (comparação retirada do livro Cristianismo Puro e Simples).

De fato, muitas vezes é o que acontece conosco em relação a Deus. Vamos atrás Dele quando não aguentamos mais alguma dor, pode ser um relacionamento que não dá certo, um objetivo que não conseguimos alcançar, brigas com os pais, conflitos em casa, etc.

Muitas vezes buscamos a Deus a fim de apenas um ajuste, mas Ele não quer fazer apenas um reparo na sua vida. Ele quer fazer um tratamento completo. Mas, para isso você precisa permitir que Ele aja. Não faça como o jovem rico, que negou seguir a Jesus porque ele não soube abrir mão.

Deus não quer de você um pouco do seu tempo ou um pouco da sua atenção. Ele quer você por completo. Quer que você se esvazie de tudo para poder segui-lo. Deus não está interessado em seu dinheiro, naquela esmolinha que você deu ou aquela ajuda em matemática que você prestou pois teve pena do seu amigo(a) e ajudou. Ele não liga para atos vazios, sem amor.

Sabe aquela sua oração a jato, que em um minuto e meio você já está no décimo sono, só pra cumprir uma rotina? Ele não liga.

Ele quer saber o quanto você está disposto a segui-lo, e para isso, o quanto você abriria mão do seu velho eu. Deixe Deus agir . Ele vai fazer uma bagunça, virar você de cabeça para baixo e fazer uma transformação linda em sua vida.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O que é viver uma vida Cristã?

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Conforme 2 Coríntios 5:17: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.”

Porém, que evidências podem ser vistas em uma pessoa que é uma nova criatura, o que se faz de novo nesta pessoa?

Creio que Jesus Cristo veio com a missão de trazer a boa nova do evangelho, cumprindo um plano que está relatado em João 3.16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna."

Mas também estou certo que Cristo veio a este mundo para ensinar o que significa viver para a glória de Deus. E, para isso, ele fez questão de viver como nós vivemos, sentir como nós sentimos, inclusive as nossas dores, medos, angustias, tristezas, alegrias, etc. Vejo que tudo isso foi necessário para entre outras coisas, não criar uma imagem de um Deus distante. Embora saibamos que ele não precisava disso para nos conhecer, mas fez questão se esvaziar. É o que diz em Filipenses 2.7 "Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens".

Vivendo entre o homens ele nos deixou muitas lições, mas uma das mais marcantes para mim é como podemos e devemos ser verdadeiros filhos de Deus em nosso dia a dia. De acordo com os relatos bíblicos, naquela época os religiosos tinham muito zelo pela palavra, e acredito que alguns até bem intencionados. Porém, Cristo mostrou que até mesmo algumas das leis tinham sido colocadas pela dureza do coração do homem. Demonstrando o que estava nos bastidores da criação. Em várias ocasiões no novo testamento Jesus repreende os religiosos por aplicarem a lei pela lei.

Nos dias de hoje também não é difícil observar práticas semelhantes, onde líderes e irmãos zelosos (até bem intencionados) acabam ensinando as pessoas que viver uma vida Cristã é saber a bíblia de A a Z, estar todos os domingos na igreja, não faltar aos cultos de oração, ler um versículo todos os dias no plano de leitura anual e não faltar a nenhuma programação da igreja. E é claro, ser fiel a Deus, associando esta fidelidade ao pagamento do dízimo. Claro que não falam desta forma declaradamente, mas julgam e cobram a partir destes parâmetros.

Não estou afirmando com as observações acima que sou contra igrejas, cultos, leitura bíblica ou dízimo. Infelizmente, esse tipo de contexto acaba gerando uma inconformidade, onde muitos cristãos fazem uma diferença entre vida espiritual, ligada as coisas chamadas "da igreja" ou "de Deus" e vida secular. Eu entendo que é um completo absurdo! Nós somos um ser completo, único, simplesmente temos vida. Não deveria existir esta divisão entre vida espiritual e vida "isso" ou vida "aquilo".

Tem um livro chamado: "Em seus passos o que faria Jesus", que trata bem esta temática. Pois nos faz refletir através da narrativa de várias histórias de pessoas, em diferentes áreas da vida, que estão na igreja todos os domingos, mas as decisões que tomam no seu dia a dia estão bem distantes dos ensinamentos de Cristo. Mas, num dado momento, ocorre um evento (que não vou contar, claro rsrs) que as fazem enxergar que os seus corações estão na prática longe de Deus, o que reflete em seus comportamentos, ações e decisões.

Devemos ser Cristãos em todos os lugares, pois Cristo habita em nós. Os ensinos de Cristo devem nortear as nossas vidas onde que que estejamos e em tudo que façamos. Isso é viver uma vida Cristã!

O que nos faz Cristãos zelosos pela palavra é viver em todas as áreas da vida: família, igreja, trabalho e lazer procurando aplicar os princípios e valores que Jesus Cristo nos ensinou através da sua palavra. E vamos conseguir? Nem sempre. Mas devemos perseguir este alvo. Quando nos colocamos diante Dele, com humildade, arrependidos, ganhamos um aliado (Cristo) que nos permite enxergar de uma nova perspectiva, e não somos mais enganados como éramos antes com as coisas deste mundo. Em Cristo somos mais que vencedores, somos cheios de sabedoria, alegria, paz, e temos o verdadeiro sentido para a vida.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Sexo, uma criação divina



Algumas pessoas têm a noção errada de que Deus é contra o sexo. É uma percepção equivocada, pois Deus é claramente a favor do sexo! Ele é o criador do sexo! Uma ideia incrível! Certamente não há e nem haverá um empreendedor no mundo que possa ter uma ideia melhor. Este é um assunto que não tenho o menor embaraço em falar e, certamente, Deus também não o tem. É importante lembrar que na Bíblia tem um livro dedicado a importância do sexo. É o livro Cântico dos Cânticos do velho testamento.

O meu propósito em escrever sobre este assunto é apresentar algumas verdades que talvez você não tenha escutado a respeito deste tema e permitir que você tenha uma visão clara e saudável sobre um assunto que é tão pouco falado nas igrejas e nas famílias.

Primeiramente, sexo não é pecado! Ter atração sexual por alguém, apreciar a beleza exterior, ter um desejo saudável pelo sexo em si são lícitos. Muitos cristãos interpretam o impulso sexual como uma maldição e não como uma benção. Isso é uma mentira! A nossa sexualidade foi criada por Deus.

Mas de que impulso estou falando? Estou falando de uma sensação que bate em nossa porta mais fortemente na transição entre a pré-adolescência e a adolescência. É quando os nossos hormônios começam a bombear e transformar o nosso corpo, cabelos aparecendo em lugares que antes não tinham, uma consciência sexual flamejante, forte e ardente começam a navegar por nosso sangue e ferver como um vulcão em erupção. Parabéns, se você passou por tudo isso, você é um ser humano! Ser uma pessoa com desejos sexuais é parte do que significa ser um homem criado à imagem de Deus.

É importante destacar e compreender que os nosso impulsos sexuais fazem parte da nossa natureza humana. Por exemplo:
  • Não tem nada demais em ser atraído por alguém ou perceber que esta pessoa é bonita;
  • Não tem nada demais em ter um forte desejo para praticar sexo;
  • Não tem nada demais em ficar excitado quando pensa em sexo
A questão fundamental em cada um dos exemplos acima é como reagimos a cada um dos estímulos e desejos dos nossos impulsos sexuais. 

Infelizmente muitas crianças, jovens e adultos tem uma visão deformada sobre sexo. Para mim, isso é consequência de uma exposição continua a falsas verdades, que foram alimentando suas mentes e corações. Assim, ao longo do tempo criaram um comportamento e ações completamente distorcidos sobre o sexo. 

Mas o que fazer? Vejo que há uma falha elementar que alimenta e dá espaço para as mentiras sobre o sexo que são difundidas no mundo. É a falta de tratar este assunto de forma clara, aberta, na medida certa e com os parâmetros certos. É preciso que a família e as igrejas pensem em maneiras de compartilhar sobre este tema de forma contínua e aberta. Eu reforço a forma aberta, pois o que vejo é cada vez mais sendo tratado dentro das famílias e nas igrejas como assuntos de bastidores, em reuniões separadas, como se fosse algo "de outro mundo" e não fizesse parte da natureza humana.

Temas como: "O desejo sexual do homem é diferente da mulher?", "O homem é estimulado diferente da mulher?" "Quem conquista, o homem ou a mulher?" São assuntos que certamente estão nos top five de dúvidas entres os jovens. Qual a razão de não tratar estes assuntos? Se não tratarmos, não tenham dúvida que eles encontraram quem trate, só não nos surpreendamos quando estiverem agindo com os parâmetros errados.

Saber que o desejo do homem é normalmente físico, enquanto o de uma mulher é mais emocional. Saber que normalmente o homem inicia o ato sexual e é estimulado visualmente e a mulher é estimulada normalmente por meio do toque. Saber que o homem é naturalmente um conquistador e isso o estimula e a mulher gosta de ser conquistada e até acha estimulante são informações que podem e devem ser compartilhadas para que todos saibam que Deus fez homens e mulheres para interagirem entre si. Compreender o plano de Deus ajudará a decidir que reações devem se seguir para que esses desejos e impulsos sejam usufruídos com a pessoa certa, no momento certo e da maneira certa

Se você gostou do assunto, procure saber mais sobre o que a bíblia fala sobre sexo e relacionamento. Tenho certeza que você vai se surpreender!

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Tão pobre, tão pobre que só tem ...


O jovem de apenas 13 anos saiu de sua cidade para buscar novas oportunidades na grande capital. Ele tinha ouvido falar que lá tudo era possível. Ele então foi sozinho, pois perdera seus pais muito cedo. Aliás, sua jornada de vida em tão pouco tempo já era um roteiro de muitos sofrimentos, mas também de muitas superações. 

Ao chegar na grande cidade ele percebeu que haviam muitos caminhos a trilhar. Alguns deles fáceis, outros mais difíceis, alguns lícitos outros não. Seja como for, ele tinha um sonho. Enquanto ele dormia em noites frias debaixo dos carros nas ruas da cidade, ficava olhando os homens de terno chegando para entrar no maior cinema da época. Ele então dizia silenciosamente "Um dia eu também estarei de terno de cabeça erguida neste cinema". 

A partir do seu sonho ele começou a trabalhar como carregador de caminhões. Apesar do trabalho duro e cansativo, ele tratava todos com respeito. Não havia carregador mais educado e gentil, apesar da sua pouca educação formal, ele se destacava por sua generosidade, educação e gentileza. Todas as pessoas que passavam por ele, independente do seu nível social, as tratava com respeito e cordialidade. Palavras como: "bom dia", "por favor", "com licença" faziam parte do seu vocabulário habitual. O seu vigor e entusiasmo eram contagiantes. Todos os dias ele acordava com a certeza que aquele dia seria melhor que o dia anterior.

Um dia o dono do armazém o chamou e perguntou se ele não gostaria de trabalhar internamente e ele aceitou. Foi aí que ele começou a conhecer a outra face dos homens. Ele começou a perceber que a construção do seu sonho iria começar, mas teria que superar também outros desafios. Pois na medida que ele começava a subir gradativamente na piramide social, ele começou a perceber que a pobreza não estava relacionada apenas a TER ou não DINHEIRO. Ele percebeu que existiam pessoas que eram tão pobres, tão pobres, mas tão pobres, que SÓ tinham DINHEIRO. Ao longo da sua vida ele passou por muitas dificuldades, teve muito dinheiro e pouco dinheiro, mas nunca deixou de ser rico. Pois a riqueza que ele tinha ninguém podia tirar dele.

Ele dizia assim: "Meu filho, quando for convidado por alguém para ir até sua (dele) casa, não preste atenção na casa, seja ela grande ou pequena, bonita ou feia, mas dê atenção aos que moram nela. Desta forma, você perceberá se realmente são ricos."

Esta é uma pequena parte da história do meu amado e para sempre meu grande mestre aqui neste mundo, meu PAI.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

É possível ser feliz em meio a lutas e dificuldades?



Existe um hino cristão cuja letra é a seguinte:

Se paz a mais doce
me deres gozar
se dor a mais forte sofrer
oh seja onde for
Tu me fazes saber
Que feliz com Jesus sempre sou.
SOU FELIZ COM JESUS
SOU FELIZ COM JESUS MEU SENHOR!

Talvez eu e você imaginemos que o autor quando fez este hino estava numa felicidade retumbante. Tudo dando certo em sua vida, talvez um dia radiante de vitórias e celebrações de resultados alcançados. Na verdade o autor desta música, o advogado Horatio Gates Spafford, ficou conhecido pela autoria deste hino, que originalmente tem o nome de It Is Well with My Soul, após uma tragédia em que quatro de suas filhas morreram em um acidente de navio em 1873. Somente sua esposa escapou. Ele, ao saber da notícia, foi ao local do naufrágio e enquanto seu coração era dilacerado pela profunda dor da perda, escreveu esta canção que até hoje é cantada em muitas igrejas.

Portanto, a pergunta é "Eu estou feliz?" ou "Eu sou feliz?" 

Perceba que o autor da música diz "EU SOU FELIZ" e não "EU ESTOU FELIZ". Todos nós passamos por problemas. Nós choramos, sofremos, ficamos tristes. Porém, é importante lembrarmos que não podemos ser dominados pela tristeza, pois mesmo no choro e na dor, existe um propósito. Quem disse que a caminhada iria ser fácil? Nossa vida é marcada por momentos de saúde e doença, prosperidade e adversidades, sorrisos e lágrimas. 

É preciso aprendemos a ter paz na tempestade. Mas de onde virá esta segurança? Fé em Deus! Jesus disse que no mundo teríamos aflições, mas ele estaria conosco. Deus não nos prometeu uma vida sem lutas, mas nos disse que ele venceu o mundo e nós também venceremos. Portanto, nossa alegria não deve depender das circunstâncias. 

Mas o que nos move a sermos alegres? Qual a nossa motivação enquanto Cristãos? C R I S T O! Só conhece essa alegria quem tem Jesus. Essa alegria o mundo não pode tirar e nem muito menos dar. Não é uma alegria fruto de uma conquista pessoal, não é uma alegria gerada por uma bebida, não é uma alegria de uma noite de aventura apaixonada. A alegria de Jesus é verdadeira e não está relacionada a fatores externos. Muitas pessoas estão felizes, mas não são felizes!

Muitas vezes em nosso cotidiano as circunstâncias, as pessoas, as coisas e a ansiedade tentam tirar nossa alegria e, infelizmente, muitas vezes conseguem. Vamos refletir um pouco sobre cada uma delas.

As circunstâncias

Talvez estejamos passando por momentos de extrema dificuldade em nossas vidas. O lar que era um local seguro, de afeto e amor, talvez tenha se tornado um cenário de amargura e tortura emocional constante. Talvez estejamos curtindo a dor de uma situação financeira precária, sofrendo as amargas consequências deste quadro tempestivo. Sim, tudo isso podem ser desculpas ou justificativas que estamos usando para roubar nossa alegria. E, se não tomarmos cuidado, essas circunstâncias roubarão nossa alegria e nos tornarão secos e amargos. 

Sim, eu sei que tem horas que não é fácil. E como sei! Diante de tantas adversidades é possível sermos alegres? A resposta é definitivamente SIM! Mas como? Primeiro, é preciso nos esvaziarmos de nós mesmos e nos enchermos de Deus. Enquanto a nossa arrogância prevalecer, enquanto o nosso copo estiver cheio não conseguiremos perceber a boa e agradável vontade de Deus em nossas vidas. No meio das tempestades não há lugar mais seguro do que confiar no Senhor. De outro modo, o lugar mais seguro sem Deus, é o mais perigoso.

Lembremos que ser Cristão não é deixar de ter problemas, mas vencê-los pela Graça e Poder de Deus.

Infelizmente, muitas pessoas acham que o cristianismo é um seguro contra as tempestades da vida. Há igrejas que pregam que o cristão não pode ter problemas, que não deve ficar doente, que não passa por dificuldades financeiras. Definitivamente, não é isso que ensina a Bíblia. O que Cristo nos ensinou é que com Ele podemos todas as coisas, mas sem Ele nada podemos fazer. Podemos enfrentar as adversidades, sem perder a alegria e cheios da Graça de Deus.

As pessoas 

Sim, muitas vezes as pessoas nos fazem sofrer mais que as circunstâncias. É possível que eu e você tenhamos cicatrizes, feridas provocadas pelas pessoas do que pelas dificuldades da vida. Talvez uma acusação imerecida, talvez a falta de solidariedade entre irmãos, amigos, familiares. Enfim, muitas vezes somos muito mais acusadores do que consoladores. Somos muito mais inquisidores do que incentivadores. Somos muitas vezes os que atacam violentamente a alma do abatido do que os que enchem de ânimo e esperança nas horas de fraqueza.

Bem, há um remédio infalível para as pessoas que tentam roubar nossa alegria. Talvez esteja pensando que este remédio seja prescrito para elas. Mas não, este remédio é para nós. Chama-se P E R D Ã O. Simplesmente Perdoe! Queremos mudanças? Que nós sejamos os agentes da mudança que tanto buscamos. Não vamos cair na armadilha que o problema está no outro, o problema está em nós.

Portanto, não vamos permitir que outras pessoas determinem nossas ações. Meu pai me dizia que eu não deveria me importar com o que os outros falam de mim, a não ser que seja verdade. Seja como for, devemos nos mirar em Jesus. Assim, teremos mais força para evitar que pessoas roubem nossa alegria.

As coisas 

Recentemente estava pensando a respeito de que coisas eu precisava e o que realmente era essencial em minha vida. Cheguei a conclusão que muitas coisas que estavam me tirando o sono por não ter, tratavam-se de coisas que o sistema em que vivemos nos coloca como essencial e na verdade não são.

Vivemos numa sociedade que valoriza mais o TER do que o SER. Muitas vezes compramos coisas que não necessitamos, com o dinheiro que não temos, para impressionar pessoas que nem conhecemos. Há algumas semanas vi uma mensagem que me chamou atenção "O dinheiro nos leva onde queremos ir, mas o caráter nos levar onde precisamos ir". Estamos lapidando o nosso carácter? Podemos conquistar muitas coisas, mas sem caráter, sem sabedoria, sem amor, não iremos muito longe ou iremos onde não deveríamos ir.

Mas como as coisas podem nos tirar a alegria? A excessiva preocupação com as coisas materiais não só podem nos roubar a alegria, mas também a nossa própria alma.

Em resumo, não deixemos que as coisas nos tirem a alegria. Seja como for, com muito ou com pouco, sejamos alegres, pois o SER é mais importante do que o TER.

A ansiedade 

É um dos maiores problemas que temos nos dias de hoje. Muitas vezes a nossa ansiedade nos faz sofrer desnecessariamente, pois sofremos com antecedência um problema que, as vezes, não chega a acontecer. E, mesmo que aconteça, sofremos duas vezes, pois sofremos antes e depois dele acontecer. 

A ansiedade não ajuda em nada. Muito pelo contrário, nos tira as forças, as nossas energias, torna o problema maior do que ele realmente é, e enfraquece nossas esperanças. E, por consequência retira a nossa alegria.

A ansiedade muitas vezes nos afasta de Deus no momento em que mais precisamos Dele. Quando tivermos ansiosos, busquemos a Deus em oração. "Não andeis ansiosos por motivo algum, pelo contrário, sejam todas as vossas solicitações declaradas na presença de Deus por meio de oração e súplicas com ações de graça." Filipenses 4.6

Mas como viver livre desse ladrão de alegria? Primeiro é orar. Segundo é pensar corretamente. O que pensamos é o que determina o que fazemos e o que sentimos. Nós fazemos o que fazemos porque pensamos o que pensamos. "Assim como o homem pensa em seu coração, assim ele é." Nos só mudamos se nossas mentes forem transformadas. E o terceiro, é agir corretamente. 

Em resumo, não deixemos que a ansiedade roube nossa alegria. Vamos orar, pensar, sentir e agir corretamente para vivermos na liberdade e plenitude da Graça de Deus.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Viver o Cristianismo é simples, mas não é fácil


Infelizmente hoje está na moda criticar a Igreja. Mas, afinal o que está acontecendo? Existe uma expectativa errada a respeito do que as pessoas esperam da Igreja? O que deve se esperar de uma Igreja? A Igreja além de deixar claro o seu propósito está sendo coerente com as ações práticas?

Pensando em Igreja, podemos citar vários objetivos, tais como: enviar missões, organizar programações, construir sedes, cuidar da educação espiritual, criar departamentos, etc. O problema é quando a Igreja percebe tudo isso como objetivo e não como um canal, um meio. A Igreja existe para glorificar a Deus, evangelizar e discipular homens para Cristo na vida prática. E, se isso não acontece, a sede, a liderança, as missões, as pregações, a própria Bíblia não passam de uma perda de tempo.

Às vezes me vejo meditando sobre a vida Cristã e lembro-me de um livro que li chamado "Em seus passos o que faria Jesus?". Foi o primeiro livro cristão que li e que me fez perceber que a vida Cristã não era apenas uma questão de conhecimento sobre Deus. O livro nos leva a refletir sobre nossas ações como Cristãos e o que Jesus faria em nosso lugar diante de decisões e escolhas que temos que tomar em nossas vidas dentro e, principalmente, fora da Igreja.

O Cristianismo perde o sentido se for vivido apenas na Igreja. Mas isso todos já sabem não é? Sim, é verdade, sabemos. Porém, um propósito declarado é apenas uma declaração, ele só passa a ter credibilidade se observado na prática. As Igrejas estão criando e estimulando ambientes e práticas que incentivem uma vida verdadeiramente Cristã? Vejamos algumas algumas reflexões abaixo:

"Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes." Marcos 12:30,31. 

O que a declaração acima fala para a nossa vida prática? Como estamos amando a Deus em nossas ações no cotidiano? E amar ao próximo? Será se em nossa agenda nos importarmos com a pavorosa condição de homens, mulheres e crianças que estão morrendo, espiritual e fisicamente, necessitado de ajuda de cristãos? Será se nos importamos com milhares de pessoas que estão envolvidas em álcool e drogas, que morrem aos milhares todos os dias? O que estamos fazendo a respeito? Lendo, lendo e lendo a Bíblia, livros cristãos, tornando-se ovelhas gordas e mais gordas de teologia e sem nenhuma atitude prática? Isso é amar o próximo?

Conhecemos pessoas diariamente em dificuldades, sem emprego, sem trabalho, sem comida, com problemas de toda ordem, apelando muitas vezes para o suicídio quando veem que não estão conseguindo atingir seus objetivos. O que fazemos? Como Cristãos, podemos afirmar que não temos nada a ver com isso? Cada um deve cuidar de si? Não, não creio e nem aceito que deve ser assim. Não foi isso que Jesus ensinou. O que Jesus faria? Será se ele diria "Estou orando por você" e seguiria seu caminho tranquilo e confortavelmente?

Atualmente temos um número enorme de Igrejas e de Cristãos nominais. Mas é preciso uma reflexão profunda do que é ser Cristão. Penso que de uma forma não intencional muitas Igrejas estão fomentando um Cristianismo morno, um Cristianismo com muita ortodoxia e pouca ortopraxia, ou seja, muita teoria e pouca prática. Uma forma de discipulado centrado no crescimento pessoal e individual, formando ovelhas gordas, cheias de conhecimento, verdadeiros doutores da lei. Mas com pouco resultado prático. Quantos novos Cristãos foram discipulados por estas ovelhas? Poucos ou nenhum. Tem algo de errado! A ordem foi formai discípulos. Este modelo está produzindo um discipulado que o próprio Jesus Cristo não reconheceria como genuíno.

Se nossa definição de cristianismo se reduz a desfrutar os privilégios da adoração na Igreja, sermos generosos com os dízimos e ofertas, vivermos no conforto de nossos lares e buscar mais e mais conhecimento, então estaremos longe de seguirmos os passos de Jesus.

Viver o Cristianismo é simples, mas não é fácil. Temos que ter cuidado para não vivermos anos e anos numa vida Cristã fácil e nominal, sentados no banco de uma igreja, com a Bíblia debaixo do braço (ou no celular), elevando nossas vozes em cânticos de adoração e nos reduzindo a nós mesmos. Não acredito que é isso que Cristo quer para seus filhos.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Quando apagamos o Espírito Santo?


Continuando temas relacionados ao Espírito Santo, compartilho o devocional extraído do livro do William MacDonald, chamado "Luz para o caminho - Meditações Diárias". Ele teve como propósito em sua vida destacar com clareza e objetividade os ensinamentos bíblicos para a prática cristã. Tem mais de 80 livros publicados. No Brasil uma de suas obras é "O Discipulado Verdadeiro", considerado um clássico cristão.

William MacDonald

Geralmente pensamos em apagar como algo relacionado a um incêndio. Apagamos o fogo quando jogamos água nele. Ao fazê-lo, ou extinguimos completamente ou reduzimos muito sua extensão e eficácia.

Fogo é usado nas Escrituras como um paralelo para o Espírito Santo. Ele é intenso, abrasador, entusiástico. Quando as pessoas estão sob o controle do Espírito Santo, elas brilham, ardem, transbordam. Apagamos o Espírito quando suprimimos a Sua manifestação nos encontros do povo de Deus.

Paulo diz "Não apagueis o Espírito. Não desprezeis as profecias". A forma como ele liga o apagar do Espírito como o desprezo das profecias nos leva a crer que esse apagar tem a ver primariamente com as reuniões na igreja local.

Apagamos o Espírito quando fazemos alguém ter vergonha de seu testemunho para Cristo, seja em oração, em adoração ou no ministério da Palavra. Crítica construtiva é uma coisa, mas quando cesuramos alguém por suas palavras ou por detalhes minuciosos. somos capazes de desencorajá-lo ou derrubá-lo em seu ministério público.

Também apagamos o Espírito quando temos cultos tão excessivamente organizados que O prendemos em uma camisa de força. Se os programas forem planejados em oração e dependência do Espírito Santo, não há quem se oponha. Mas programas planejados com base na sabedoria humana têm o efeito de tornar o Espírito Santo um espectador ao invés de Líder.

Deus deu muitos dons à Igreja. Ele usa dons diferentes em momentos diferentes. Talvez um irmão tenha uma palavra de exortação à comunidade. Se todo o ministério público estiver centralizado em outro homem, então o Espírito não tem liberdade para trazer a mensagem necessária na hora certa. Esta é outra forma de apagar o Espírito.

Por fim, apagamos o Espírito quando rejeitamos suas sugestões quanto às nossas próprias vidas. Talvez sejamos levados a ministrar poderosamente sobre certo assunto, mas nos seguramos por temor de homens. Nos sentimos impelidos a liderar um grupo em oração, mas permanecemos sentados por timidez. Pensamos em um hino que seria particularmente relevante naquele momento, mas não temos coragem de sugeri-lo. 

O resultado é que o fogo do Espírito é apagado, nossos encontros perdem sua espontaneidade e o corpo local é empobrecido.

"Não apagueis o Espírito. Não desprezeis as profecias" (1 Tessalonicenses 5.19-20)

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Espírito de conhecimento



Espírito de conhecimento
C.H. Spurgeon

Ele é o Espírito de conhecimento. "Ele vos guiará a toda a verdade." Nisto, precisamos do Seu ensino. Temos urgente necessidade de estudar, pois o mestre de outros precisa instruir-se. Subir ao púlpito normalmente despreparado é presunção imperdoável. Nada poderá rebaixar-nos mais efetivamente, e ao nosso oficio. 

Depois de um discurso que o bispo de Lichfield fez em visita oficial, discurso sobre a necessidade de zeloso estudo da Palavra, certo clérigo disse à sua reverendíssima que não podia crer em sua doutrina, "pois", disse ele, "muitas vezes, quando estou no gabinete pastoral, pronto para pregar, não sei sobre o que vou falar, mas vou para o púlpito, prego, e não penso em nada disso." O bispo respondeu : "E você está certo em não pensar nada disso, pois os oficiais da igreja me disseram que partilham da sua opinião."Se não somos instruídos, como podemos instruir outros? Se não nos dedicamos a pensar, como podemos levar outros a pensar? É em nosso labor de estudar, nesse bendito trabalho em que estamos a sós com o Livro diante de nós, que precisamos da ajuda do Espírito Santo. Com Ele está a chave do tesouro celeste, e pode enriquecer-nos além da nossa imaginação. Com Ele está o guia da doutrina mais labiríntica, e pode conduzir-nos no caminho da verdade. Pode romper os portais de bronze e picar em pedaços as barras de ferro, e dar-nos os tesouros das trevas e as riquezas ocultas dos lugares secretos. 

"Se não somos instruídos, como podemos instruir outros? Se não nos dedicamos a pensar, como podemos levar outros a pensar?"

Se vocês estudarem os originais, consultarem comentários e meditarem profundamente, mas deixarem declamar vigorosamente ao Espírito de Deus, o seu estudo não lhes trará proveito. Entretanto, ainda que lhes seja vedado o emprego daqueles recursos (o que confio não lhes suceda), se esperarem do Espírito Santo em simples dependência do Seu ensino, aprenderão muito da intenção divina.

O Espírito de Deus nos é peculiarmente precioso, porque de modo muito especial Ele nos instrui sobre a pessoa e a obra de nosso Senhor Jesus Cristo; e este é o ponto principal da nossa pregação. Ele toma coisas de Cristo e no-las mostra. Se tomasse coisas de doutrina ou preceito, ficaríamos contentes por essa bondosa assistência. Mas, visto que se deleita especialmente nas coisas de Cristo, e focaliza a Sua sagrada luz na cruz, regozijamo-nos ao ver o centro do nosso testemunho iluminado tão divinamente, e nos asseguramos de que a luz se difundirás obre todo o restante do nosso ministério. Busquemos ao Espírito de Deus com este brado: "Ó Espírito Santo, revela-nos o Filho de Deus, e assim mostra-nos o Pai."Como Espírito de conhecimento, não só nos instrui quanto ao evangelho, mas também nos leva a ver o Senhor em todas as outras coisas. 

Não devemos fechar os nossos olhos para Deus na natureza, ou na história geral, ou nas ocorrências providenciais diárias, ou em nossa experiência pessoal. E em todas estas coisas, o nosso Intérprete da mente de Deus é o bendito Espírito. Se clamamos: "Ensina-me o que queres que faça"; ou, "mostra-me o motivo pelo qual contendes comigo"; ou, "dize-me qual é a Tua intenção nesta rica previdência de misericórdia"; ou,"revela-me o Teu propósito naquela outra dispensarão mista de juízo e graça" – seremos bem instruídos em cada caso. 

Pois o Espírito é o candeeiro de sete braços do santuário, e pela Sua luz todas as coisas podem ser vistas corretamente. Como Goodwin observa bem : "É preciso haver luz acompanhando a verdade, se temos de conhecê-la. Prova-nos isto a experiência de todos os homens envoltos na graça de Deus. Qual a razão por que vocês vêem algumas coisas num capítulo numa ocasião, e não em outra; alguma porção da graça em seus corações numa ocasião, e não em outra; têm um vislumbre das realidades espirituais numa ocasião, e não em outra? Os olhos são os mesmos, mas é o Espírito Santo que abre e fecha esta lanterna de furta-fogo, como eu poderia chamar-lhe. Conforme Ele abre mais, ou a aperta, ou a fecha, estreitando-a, temos maior ou menor visão. E às vezes Ele a fecha totalmente, e então a alma fica na escuridão, embora seus olhos nunca tenham estado tão bons." Amados irmãos, Não deixem de ir a Ele em busca desta luz, ou ficarão nas trevas e serão guias cegos de cegos.

Este é o oitavo e último post que faz parte de uma série de 8 publicações sobre o Espírito Santo e sua relação com o ministério. O anterior falou sobre Espírito de Sabedoria.

Muito obrigado a todos que acompanharam as 8 publicações da série!

Caso não tenham lido, segue abaixo o link com as sete anteriores:


sábado, 4 de junho de 2016

Espírito de Sabedoria



Espírito de Sabedoria
C.H. Spurgeon

O Espírito é chamado de Espírito de sabedoria e precisamos enormemente dEle nesta capacidade. Sim, pois o conhecimento pode ser perigoso, se não for acompanhado pela sabedoria, que é a arte de usar acertadamente o que conhecemos. Manejar bem a Palavra de Deus é tão importante como compreendê-la plenamente. Alguns que evidentemente compreenderam uma parte do evangelho, deram indevida proeminência a essa porção isolada e, portanto, exibiram um cristianismo deformado, para prejuízo daqueles que o receberam, visto que, em conseqüência disso, exibiram por sua vez um caráter deformado. 

"A sabedoria é a arte de usar acertadamente o que conhecemos."

O nariz é um trapo proeminente do rosto do homem. É possível, porém, fazê-lo tão grande que os olhos, a boca e tudo mais sejam lançados à insignificância. Um desenho assim é caricatura, não retrato. Do mesmo modo, certas doutrinas importantes do evangelho podem ser proclamadas com tal excesso que se lança o restante da verdade à sombra, e a pregação já não é o evangelho em sua beleza natural, mas uma caricatura do evangelho. Contudo, deixem-me dizê-lo, algumas pessoas parecem fortemente apegadas a essa caricatura.O Espírito de Deus lhes ensinará o emprego da faca sacrificial para dividir as ofertas. E lhes mostrará como usar as balanças do santuário, para pesarem e misturarem as preciosas especiarias em quantidades certas. Todo pregador experimentado sente que esse é o momento supremo, e bom será que seja capaz de resistir à tentação de negligenciá-lo.

Que lástima, alguns dos nossos ouvintes não desejam ouvir todo o conselho de Deus! Têm as suas doutrinas favoritas e gostariam de fazer-nos calar em tudo mais. Muitos são como a escocesa que, depois de ouvir um sermão, disse: "Estaria muito bem, se não fosse aquela droga de deveres no fim." Há irmãos dessa espécie. Desfrutam da parte consoladora – as promessas e as doutrinas – mas só de leve se deve tocar na santidade prática. A fidelidade requer que entreguemos o evangelho sob todos os ângulos, sem omitir nada e sem exagerar em nada. Para isto requer-se muita sabedoria. 

Com seriedade indago se algum de nós tem o tanto desta sabedoria que necessitamos. Provavelmente somos afligidos por algumas parcialidades inescusáveis e inclinações injustificáveis.Ponhamo-las para fora e acabemos com elas. Talvez tenhamos consciência de que passamos por alto certos textos, não porque não o compreendemos (o que poderia justificar-se), mas porque os compreendemos e raramente gostamos de dizer o que eles nos ensinaram, ou porque talvez haja alguma imperfeição em nós, ou algum preconceito entre os nossos ouvintes que aqueles textos revelariam de modo demasiado claro para que nos sentíssemos bem. 

Esse silêncio pecaminoso tem que ser eliminado imediatamente. Para sermos sábios mordomos e repartirmos as porções certas de alimento para os membros da casa do divino Senhor, precisamos do Teu ensino, ó Espírito de Deus! Tampouco isso é tudo, pois mesmo que saibamos manejar bem a Palavra de Deus, carecemos de sabedoria para a seleção da porção particular da verdade que é mais aplicável à ocasião e às pessoas reunidas. Como também de igual descrição no tom e na maneira de apresentar a doutrina. Creio de muitos irmãos que pregam sobre a responsabilidade humana, lançam-se de modo tão legalista que causam desgosto a todos os que amam as doutrinas da graça. Por outro lado, receio que muitos pregam a soberania de Deus de modo tal que afastam inteiramente da ala calvinista todas as pessoas que crêem na livre ação do homem. 

"Creio de muitos irmãos que pregam sobre a responsabilidade humana, lançam-se de modo tão legalista que causam desgosto a todos os que amam as doutrinas da graça. Por outro lado, receio que muitos pregam a soberania de Deus de modo tal que afastam inteiramente da ala calvinista todas as pessoas que crêem na livre ação do homem."

Não devemos ocultar a verdade por um momento sequer, mas devemos ter sabedoria para pregá-la sem que haja choque ou ofensa, e, sim, um esclarecimento gradativo daqueles que não conseguem vê-la de todo, e um processo pelo qual se conduzam os irmãos mais fracos ao pleno círculo da doutrina do evangelho. Irmãos, precisamos de sabedoria também no modo de colocar as coisas para diferentes pessoas. Pode-se demolir um ser humano com a mesma verdade destinada a edificá-lo. Pode-se causar enjôo a alguém com o mel com que se pretendia adoçar-lhe a boca. Tem-se pregado a grande misericórdia de Deus sem cuidado, o que tem levado centenas a licenciosidade. Por outro lado, tem-se ocasionalmente apregoado a terribilidade do Senhor com violência tão fulminante que tem levado muitos ao desespero, e daí a um decidido desafio ao Altíssimo. A sabedoria é proveitosa para dirigir, e aquele que a tem expõe a verdade na ocasião certa e trajada com as suas vestes mais apropriadas. Quem pode dar-nos esta sabedoria, se não o bendito Espírito de Deus? Irmãos,vejam que, com a mais humilde reverência, esperem a Sua direção.

"Pode-se demolir um ser humano com a mesma verdade destinada a edificá-lo. Pode-se causar enjôo a alguém com o mel com que se pretendia adoçar-lhe a boca. Tem-se pregado a grande misericórdia de Deus sem cuidado, o que tem levado centenas a licenciosidade. Por outro lado, tem-se ocasionalmente apregoado a terribilidade do Senhor com violência tão fulminante que tem levado muitos ao desespero, e daí a um decidido desafio ao Altíssimo."

 Este é o sétimo post que faz parte de uma série de 8 publicações sobre o Espírito Santo e sua relação com o ministério. O anterior falou sobre O Espírito que é brasa viva.

terça-feira, 24 de maio de 2016

O Espírito que é brasa viva


O Espírito que é brasa viva
C.H. Spurgeon

Precisamos do Espírito de outra maneira, a saber, como a brasa viva tirada do altar, tocando os nossos lábios. Assim, quando temos conhecimento e sabedoria para escolher a porção certa da verdade, podemos desfrutar liberdade de expressão quando vamos entregá-la. "Eis que ela tocou os teus lábios." 

Quão gloriosamente fala o homem quando os seus lábios estão empolados pela brasa viva do altar – sentindo o poder de fogo da verdade, não apenas no recôndito da alma, mas nos próprios lábios com os quais está falando! Reparem nessas ocasiões como estremece a sua fala. Não notaram agora mesmo, na reunião de oração, em dois dos irmãos que elevaram súplicas, como era trêmulo o tom da sua voz, e como tremiam as estruturas dos seus corpos? 

Porque não somente os seus corações foram tocados, como espero tenham sido todos os nossos corações, mas os seus lábios foram tocados, e esse toque influiu em seu falar, irmãos, precisamos do Espírito de Deus para abrir as nossas bocas, para podermos proclamar os louvores do Senhor, ou então não falaremos com poder. 

Necessitamos da influência divina para impedir que digamos muitas coisas que, caso saíssem de fato das nossas 1inguas, estragariam a nossa mensagem. Aqueles dentre nós que têm o perigoso talento para o humorismo, às vezes precisam parar, pegar a palavra ao sair da boca, olhar bem para ela, e ver se presta bem para a edificação. E aqueles cujo viver anterior os conduziu entre os grosseiros e rudes, precisam vigiar com olhos de lince a falta de delicadeza. 

Longe de nós, irmãos, dizer uma sílaba que sugira um pensamento impuro ou que desperte uma lembrança duvidosa. Precisamos do Espírito de Deus para pôr freio e cabresto em nós para impedir que falemos coisas que levem a mente dos ouvintes para longe de Cristo e das realidades eternas, fazendo-os pensar em coisas vis da terra. 

Irmãos, também precisamos do Espírito Santo para nos impulsionar em nossa tarefa de comunicar a Palavra. Não duvido que vocês estejam todos conscientes dos diferentes estados mentais que ocorrem na pregação. Alguns desses estados decorrem das diferentes condições físicas. Um resfriado não só tira a clareza da voz, mas também congela o fluxo dos pensamentos. Da minha parte, se eu não posso falar com clareza, também fico incapaz de pensar com clareza, e o conteúdo a transmitir fica rouco também, como a voz. Igualmente o estômago e todos os órgãos do corpo afetam a mente. 

Mas não me refiro a essas coisas. Terão vocês consciência das alterações completamente independentes do corpo? Quando estão robustos, não se sentem um dia pesados como os carros de Faraó com as rodas retiradas, e noutra ocasião com tanta liberdade como "uma corça deixada solta"? Hoje o ramo brilha com o orvalho, ontem foi crestado pela seca. Quem não sabe que o Espírito de Deus está nisso tudo? Às vezes o Espírito divino age em nós de molde a livrar-nos completamente de nós mesmos. Em tais ocasiões, do começo ao fim do sermão podíamos dizer: "Se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe". Tudo foi esquecido, menos certo absorvente assunto em mãos. 

Se me fosse proibido entrar no Céu, mas me fosse dado escolher a condição em que passarei a eternidade, escolheria aquela em que às vezes me sinto quando prego o evangelho. Nesse estado prefigura-se o Céu: 

  • A mente cerrada para todas as influências perturbadoras, adorando o majestoso Deus, com plena consciência de Sua presença, todas as faculdades elevadas e jubilosamente cheias de vigor no máximo de sua capacidade, todos os pensamentos e poderes da alma alegremente ocupados em contemplar a glória do Senhor e exaltando com as multidões atentas o Bem-amado da nossa alma; 
  • E durante todo esse intervalo, a mais pura benevolência concebível para com as demais criaturas a incentivar o coração a pleitear com elas em prol do nome de Deus – que estado mental pode rivalizar-se com este? 

Pena é que alcançamos este ideal, porém, sem o podermos manter sempre, pois também sabemos o que é pregar em cadeias ou dar murros no ar. Não podemos atribuir santas e felizes mudanças ocorridas em nosso ministério a nada menos que a ação do Espírito Santo em nossas almas. Estou certo de que o Espírito Santo realiza esta obra. Vezes sem conta, quando me assaltam dúvidas sugeridas pelo infiel, posso arremessá-las aos ares com total desdém, porque tenho definida consciência de um poder que opera em mim quando falo em nome do Senhor, poder que transcende infinitamente a qualquer capacidade ou eloquência pessoal, e que sobrepuja em muito qualquer energia derivada do entusiasmo que sinto quando faço uma preleção secular ou um discurso. 

Aquele poder é tão diferente deste, que tenho toda a certeza de que não é da mesma ordem ou classe do entusiasmo dos políticos ou do ardor da oratória pura e simples. Oxalá experimentemos com muita freqüência a energia divina e falemos com poder.

Este é o sexto post que faz parte de uma série de 8 publicações sobre o Espírito Santo e sua relação com o ministério. O anterior falou sobre Espírito que Age.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

O Espírito que Age


O Espírito que Age
C.H. Spurgeon

O Espírito de Deus age também como óleo que unge e isto se relaciona com todo o trabalho da pregação – não simplesmente com a alocução oral, mas com toda a transmissão do discurso. Ele pode fazê-los sensíveis ao assunto, até ao ponto de ficarem dominados por ele, quer achatados na terra, quer elevados às alturas como em asas de águias. Acresce que, além do assunto, Ele os faz sensíveis ao seu objeto, até anelarem pela conversão dos homens e pelo despertamento dos cristãos, para que se elevem a algo mais nobre do que tudo que já conhecem. 

Ao mesmo tempo, outro sentimento estará com vocês, a saber, um intenso desejo de que Deus seja glorificado mediante a verdade que estão proclamando. Vocês ficam conscientes de um profundo e compassivo interesse pelas pessoas a que estão falando, lamentando que alguns saibam pouco, e que outros saibam muito e, contudo, o recusam. Vocês fitam alguns semblantes e, em silêncio, o seu coração lhes diz: "Ali caí orvalho", e, voltando-se para outros, com tristeza percebem que são como as partes áridas da montanha de Gilboa.

Tudo isto se dá durante o sermão. Não podemos contar quantos pensamentos passam pela mente de uma vez. Uma vez contei oito grupos de pensamentos que ocupavam o meu cérebro simultaneamente, ou ao menos dentro do espaço do mesmo segundo. Estava pregando o evangelho com todas as minhas forças, mas não pude deixar de sensibilizar-me por uma senhora que estava evidentemente prestes a desmaiar, e também fiquei procurando o irmão encarregado das janelas, para que nos desse mais ar. Estava pensando na ilustração que omitira na primeira divisão, procurando dar forma à segunda divisão, perguntando-me se este sentira o peso da minha reputação, se aquele se fortalecera com a observação consoladora, e ao mesmo tempo estava louvando a Deus por desfrutar eu pessoalmente da verdade que estava proclamando. 

Alguns intérpretes consideram os querubins de quatro rostos como emblemas dos ministros. Eu certamente não vejo dificuldade na forma quádrupla, pois o Espírito Santo pode multiplicar os nossos estados mentais, e fazer de nós homens muito superiores além do que somos por natureza. O quanto pode Ele fazer de nós, e quão grandiosamente pode elevar-nos, não ouso conjeturar. Certamente Ele pode fazer muitíssimo acima do que pedimos ou pensamos. Especialmente faz parte da obra do Espírito Santo manter em nós uma disposição devocional enquanto estamos entregando a mensagem.

Esta é uma condição que se deve ambicionar grandemente – continuar a orar enquanto estamos ocupados com a prédica; cumprir os mandamentos do Senhor, dando ouvidos à voz da Sua Palavra; manter os olhos postos no trono, e as asas em constante movimento. Espero que saibamos o que isto significa. Estou certo de que sabemos o seu oposto, ou de que logo o experimentaremos, isto é, o mal de pregar sem espírito de devoção. Que pode ser pior do que falar sob a influência de um espírito arrogante ou irritado? Que é mais debilitante do que pregar num espírito incrédulo? 

Por outro lado, que bênção arder fervorosamente enquanto brilhamos diante dos olhos de outros! Esta é a obra do Espírito de Deus. Adorável Consolador, opera em nós! Em nossos púlpitos precisamos unir o espírito de dependência como de devoção, de modo que, durante a pregação toda, desde a primeira palavra até a última sílaba, olhemos ao alto para o Forte em busca de força. É bom lembrar que, embora tivessem chegado até o presente ponto, se o Espírito Santo os deixasse, fariam papel de tolos antes de acabar o sermão. Elevando os olhos para os montes de onde vem o socorro durante o sermão inteiro, com absoluta dependência de Deus, vocês pregarão com espírito de bravia confiança o tempo todo. 

Talvez eu esteja errado ao dizer "bravia", pois não é coisa bravia confiar em Deus; para os verdadeiros crentes é simples questão de doce necessidade – como podem deixar de confiar nEle? Por que haveriam de duvidar do seu Amigo sempre fiel? Outro dia de manhã, pregando à minha igreja sobre o texto, "A minha graça te basta", disse aos irmãos que pela primeira vez em minha vida tinha experimentado o que Abraão sentiu quando se inclinou sobre o seu rosto e riu. Voltava para casa depois de uma semana de trabalho intenso, quando vejo à minha mente o texto: "A minha graça te basta."  Veio, porém, com a ênfase posta em duas palavras: "A Minha graça te  basta." Minha alma disse: "Sem dúvida é assim. Seguramente, a graça do Deus infinito é mais que suficiente para um simples inseto como eu." E ri, e tornei a rir, ao pensar em quanto o suprimento excedia a todas as minhas necessidades. Parecia que eu era um pequeno peixe no mar, e na minha sede dizia: "Viva, vou beber o oceano inteiro." Então o Pai das águas ergueu sublime a cabeça e disse a sorrir: "Pequenino peixe, a ilimitada vastidão marinha te basta." 

Este pensamento fez com que a descrença parecesse supinamente ridícula, como de fato é. Irmãos, devemos pregar cientes de que Deus pretende abençoar a Palavra proclamada, pois temos Sua promessa neste sentido. E ao termos pregado, devemos procurar as pessoas atingidas pela bênção. Dirão vocês: "Fico dominado pelo espanto ao ver que Deus converte almas por meio do meu pobre ministério"? Falsa humildade! O seu ministério é pobre de verdade. Toda gente sabe disso, e vocês devem sabê-lo mais que ninguém. Mas, ao mesmo tempo, é coisa para espantar que, o Deus que disse: "A minha palavra não voltará para mim vazia", cumpra o que prometeu? A refeição irá perder o seu valor nutritivo porque o prato é barato? A graça divina haverá de ser sobrepujada por nossa fraqueza? Não. Mas temos este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não nossa. Precisamos ainda do Espírito Santo durante o sermão todo para manter os nossos corações e mentes em condição apropriada. Sim, porque, se não tivermos o espírito certo perderemos a entonação que persuade e prevalece, e o povo descobrirá que a força de Sansão o deixou. 

Uns pregam como quem está ralhando, e assim põem à mostra o seu mau gênio. Outros se pregam a si próprios, e assim revelam o seu orgulho. Alguns discursam como se estivessem condescendendo em ocupar o púlpito, enquanto outros pregam como se estivessem pedindo desculpa por existirem. Para evitar erros nas maneiras e no tom da prédica, precisamos ser guiados pelo Espírito Santo, posto que só Ele nos ensina com proveito.

Este é o quinto post que faz parte de uma série de 8 publicações sobre o Espírito Santo e sua relação com o ministério. O anterior falou sobre Espírito de cooperação.